Alugar direto com o proprietário, que basicamente significa fazer o processo do aluguel sem imobiliária, pode até parecer um caminho mais fácil a seguir, mas como diz um velho ditado:
“As aparências enganam”.
Esse tipo de negociação, além de arriscada, pode trazer mais dor de cabeça durante o processo de moradia do que ao contrário.
Contudo, infelizmente ainda é comum que muitas pessoas optem por essa alternativa, crendo que a burocracia será menor, que o valor será mais em conta e por acreditar na validade jurídica do famoso “contrato de gaveta”.
Porém, nem tudo é tão fácil assim, e se você também está considerando o aluguel sem imobiliária, nós separamos os riscos dessa negociação para você se alertar.
Veja quais são!
Índice
1. Aluguéis abusivos
Optar por aluguel sem imobiliária pode levar a aluguéis abusivos, pois os proprietários não têm a obrigação de seguir padrões de mercado.
Sem a intermediação de uma imobiliária, o inquilino fica vulnerável a cobranças excessivas, já que não há um órgão regulador intermediando e garantindo um valor justo pelo imóvel.
Dessa forma, você ficará a mercê do proprietário, que poderá usar critérios pessoais para justificar o valor do aluguel da propriedade, sem ao menos ter feito uma avaliação do imóvel.
2. Reajustes inesperados
Quando a surpresa é negativa, ninguém gosta quando ela chega.
Dessa forma, a ausência de uma imobiliária também expõe o inquilino a reajustes inesperados de aluguel, mesmo quando os índices do mercado não sofreram qualquer alteração.
Sem um contrato devidamente registrado e administrado por uma imobiliária, os proprietários podem aumentar o valor do aluguel arbitrariamente, sem aviso e a qualquer momento, gerando instabilidade financeira para o inquilino.
Ao contrário de alugar imóvel com uma imobiliária, em que no contrato formalizado há os indicadores de reajuste e quando ele pode acontecer.
Geralmente, ocorre no final ou na renovação de contrato.
3. Falta de cumprimento das obrigações
No aluguel sem imobiliária, o proprietário pode não cumprir com suas obrigações contratuais, como reparos necessários.
Sem a presença de uma imobiliária para fiscalizar, o inquilino pode enfrentar dificuldades em conseguir que o proprietário atenda a suas demandas.
É o caso, por exemplo, das vistorias de imóveis, que podem não ser uma prática adotada no aluguel direto com o proprietário, acarretando falta de cumprimento de manutenções e reformas essenciais para a moradia.
4. Pouco ou nenhum suporte nas tratativas emergenciais
Quando ocorrem emergências, como problemas elétricos ou hidráulicos, o inquilino pode ficar desamparado se estiver em um aluguel sem imobiliária.
E se o proprietário estiver viajando? E se você não tiver retorno das solicitações?
É por isso que as imobiliárias geralmente oferecem suporte imediato e possuem uma rede de profissionais para resolver esses problemas rapidamente, garantindo segurança e conforto ao inquilino.
5. Irregularidades do imóvel
Alugar diretamente com o proprietário pode significar entrar em um imóvel com irregularidades, como problemas estruturais ou documentações pendentes.
As imobiliárias verificam e garantem que os imóveis oferecidos estejam regularizados e em boas condições, protegendo o inquilino de futuros problemas legais e estruturais.
6. Contrato de locação sem validade
“Ah, mas eu fiz um contrato rápido com o proprietário, assinei e tá tudo certo”.
Calma que não é bem assim.
Esse tipo de documento, informal, incompleto e sem registro no cartório, pode ser chamado de “contrato de gaveta”, que possui pouca validade em questões legais.
Dessa forma, apesar de ser um documento que serve para oficializar e legitimar a negociação, um contrato de locação precisa ser feito com cuidado, se atentando a alguns critérios, como:
- Identificação completa das partes;
- Descrição do imóvel a ser alugado;
- Prazo de locação e renovação de contrato;
- Valores acordados: aluguel, IPTU, água, luz, etc.;
- Garantias locatícias;
- Direitos e deveres de cada parte (locador e locatário);
- Multa de rescisão;
- Cláusulas especiais;
- Assinaturas das partes e de testemunhas;
- Registro no cartório de imóveis.
A presença desses elementos ajuda a garantir que o contrato de locação seja válido e que proteja os direitos de todos os envolvidos no aluguel do imóvel.
7. Sem opção de garantias locatícias
Você já sabe para que servem as garantias locatícias?
Previstas na Lei do Inquilinato, elas são uma maneira de amparar tanto o proprietário quanto você em caso de inadimplência do aluguel.
Então, se surgir aquele momento emergencial, em que as finanças ficaram mais apertadas, você terá uma garantia que cobrirá o aluguel e algumas despesas, sem ter que sair do imóvel ou acumular mais dívidas.
Ao alugar sem imobiliária, dificilmente essa opção estará disponível e você terá que se desdobrar para pagar o aluguel em um momento tão delicado.
Quer entender mais do assunto?
Confira também outro conteúdo completo da Cardinali, que te mostra quais são as principais garantias no seu aluguel (tem até opção sem fiador!).
Garantias locatícias: por que elas são importantes na hora de alugar?